Renata Santos




Renata Patrícia Jorge dos Santos, Renata Santos, nasceu em Recife no dia 21 de novembro de 1983.
Por uma infância e adolescência marcadas por sentimentos de abandono, revolta e solitude, Renata sempre recorreu às letras para externar o que sentia e o que pensava sobre as pessoas e o mundo restrito em que vivia.
O seu presente mais marcante, ainda na infância, foi uma máquina de escrever – lorenzette azul-metálica – nela escreveu muitos de seus versos infantis, suas memórias e rascunhos que nunca chegaram a tornar-se um livro, talvez por falta de interesse da própria escritora.
“As letras para mim são, de fato, uma extensão de meu ser. O modo mais fácil e sincero que consigo externar toda essa inquietude que costuma atormentar-me aqui dentro. Você poderá enxergar-me muito além através do que escrevo do que do que aparento cotidianamente”
Renata Santos é uma escritora intimista. Aprecia a poesia simbolista, com seus versos bem estruturados e a preocupação com a estética, porém rende-se às palavras escritas pela alma. Aquelas que traduzem pessoas e seus mais íntimos sentimentos. Sua poesia, geralmente, caracteriza-se por textos curtos, diretos e geralmente com uma pitada de ironia ao qual herdou da obra de Mário Quintana, um de seus escritores prediletos.
“Lembro-me de ter começado por Vinícius através de suas canções e poemas. Sou profunda admiradora de Drummond, Florbela Espanca, Manoel Bandeira e Paulo Leminski. Tenho conhecido trabalhos inspiradores dos conterrâneos Raimundo Carrero, Valmir Jordão, Cecília Villanova, Erickson Luna, Policarpo Sendas e tantos outros. Estou sempre aprendendo e buscando mais formas de transformar-me poeticamente. Não trata-se de uma busca pela perfeição mas de experimentar todas as formas possíveis de expressar-me.”
Sobre música é bem sucinta: “Tenho apurado meu gosto musical com o tempo. Hoje, para mim, música só com poesia. E consigo enxerga-la tanto em Bezerra da Silva quanto em Vivaldi. São gêneros
completamente distintos, mas falam de vida. Vivaldi traz, por exemplo, as estações para dentro de nós. De uma forma como nunca a vivemos de fato. Possibilita-nos uma nova percepção do mundo à nossa volta. Bezerra popularizou dialetos. Diminuiu a distancia entre a periferia e a ‘nobreza’. Não há poesia e vida em ambos?”
Estudante do curso de letras da UNICAP, após passar por diversas graduações não concluídas, enfim encontrou-se onde mais se sente Renata Santos. “Corre sangue em minhas veias, mas são as letras que me mantêm viva.” Contatos online: https://www.facebook.com/#!/renatapjsantoshttps://www.facebook.com/messages/100000118110390#!/groups/310902805656325/  

renatapjsantos@hotmail.com


Fonte: enviado pelo autor






Das palavras vãs
Renata Santos


Já não falo de amor
Pois foi o silêncio
 (De tua ausência)
Que melhor ensinou-me
A apurá-lo e senti-lo
Ao encontrar-te e sentir-te.






Do tato
Renata Santos


Ao tocar-te
Minhas mãos
Alcançam
Teu coração





Do caminho
Renata Santos


Seguir em frente,
 Nunca em vão.
Serve-me de bússola,
O meu coração.
  




Do que não foi
Renata Santos


Eu só recordo-me que você veio
E eu te recebi reticente.
Então você foi. E eu fui.
E nessa ida em caminhos opostos,
A vida seguiu nos tornando alheios...
As reticências;
Essas deveríamos bani-las de nossas vidas e dicionários.
Não fazem mais que eternizar o vácuo do não dito,
Não feito,
Não vivido.





Da decisão
Renata Santos


Aboli de meus dias
as reticências
tão logo suas consequencias.
Percebi:
o reticente faz tudo pela metade.
[E nem faz]
Omisso, passivo
E passa-lhe a vida
[incapaz]
à mercê, inerte, demente
à espera
[jaz]
Eu hoje enfrento o [im]possível
É de frente
Reticências?
Não mais.
[Avante!]
Destemida,
Diáfana,
Imponente.
Sagaz





Da falsidade
Renata Santos


Decerto é inerente ao ser humano,
Essa incorrigível prepotência:
Por não refletir-nos como espelhos,
Olhamos [uns aos outros]
Com dissimulada reticência.






Pleonasmo
Renata Santos


Todas as prisões aprisionam.
Uma sagaz redundância
que bem ilustra esse cenário;
a cada um cabe o seu calvário.





Paráfrase
                         À Maria Júlia.
Renata Santos


Observando pela janela da varanda
O teu sorriso, pequeno anjo.
Compreendi.
Há pessoas que refletem a luz do sol
Em multi-cores; um arco-íris.
Parafraseando Quintana:
Elas têm alma fruta-cor.





Descaso
Renata Santos


Cansada de [teu pouco] caso:
Meu calo.
Calada me caso com o acaso.












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